Exame de SECREÇÃO VAGINAL em São Paulo
Sinonímia:
Bacterioscópico de secreção vaginal pelo Gram.
Coloração de Gram. Índice de Nugent.
Hans Christian J. Gram = bacteriologista dinamarquês, 1853-1938, que padronizou a coloração que leva o seu nome.
Bacterioscópico de secreção vaginal a fresco.
Fisiologia:
A coloração de Gram permite subdividir as bactérias em dois grandes grupos: as designadas Gram+ (positivas), que têm a capacidade de reter o primeiro corante usado (cristal violeta), e as Gram- (negativas) que não conseguindo reter o primeiro corante, adquirem a cor do segundo, após a lavagem com o solvente orgânico. Este fato se deve à diferença na espessura da camada de peptidoglicano existente na parede bacteriana. Assim, a camada espessa das Gram+, depois de colapsar sob o efeito desidratante do etanol, não permite a saída do corante, um complexo formado pelo cristal violeta e pelo iodo; contrariamente, a camada fina das Gram- mesmo colapsada não evita a saída do corante ficando a célula incolor, e por isso a necessidade de usar um segundo corante contrastante – a safranina ou a fucsina.
Flora vaginal:
Microrganismos da flora normal:
Bacilo de Albert S. G. Döderlein
Lactobacillus acidophilus
Lactobacillus jensenii
Staphylococcus coagulase negativa
Material Biológico:
Secreção vaginal.
Preparo da Paciente:
Com a paciente em posição ginecológica, introduzir o espéculo vaginal de modo a visualizar o colo uterino.
Atenção: em pacientes virgens, a coleta deverá ser efetuada pelo próprio médico assistente.
Coleta:
A fresco: com uma alça bacteriológica descartável, coletar do fundo de saco vaginal (Douglas), uma boa quantidade de secreção e introduzi-la num tubo de ensaio contendo 1 ml de solução fisiológica glicosada previamente preparada.
Gram: coletar a secreção com swab, alça bacteriológica descartável ou espátula de Ayre e fazer esfgregaços em lâmina(s) de vidro rigorosamente isenta(s) de outras bactérias.
Obs.: Para procedimento detalhado de coleta, ver nos títulos “Papanicolaou” e “Cultura”.
Armazenamento:
A fresco: se não for enviado imediatamente à técnica, manter o tubo de ensaio bem fechado, em geladeira, entre +2 a +8ºC
Gram: manter seco e à temperatura ambiente.
Exames Afins: Cultura de secreção vaginal. Antibiograma. BAAR. Exame a fresco. Gardnerella vaginalis.
Resultado:
Deve ser observado o seguinte:
A fresco:
Células epiteliais descamativas,
Leucócitos,
Hemácias,
Leveduras,
Trichomonas vaginalis,
“Clue cells” (geralmente associadas a Gardnerella spp.),
Gram:
Lactobacilos de Döderlein,
Bacilos Gram positivos difteróides,
Bacilos Gram negativos,
Bacilos Gram negativos fusiformes (sugestivos de Mobiluncus spp.),
Cocos Gram positivos,
Cocobacilos Gram lábeis (sugestivos de Gardnerella spp.),
Diplococos Gram negativos intracelulares,
Índice de Nugent.
Interpretação:
Varia conforme os resultados obtidos. Os resultados Gram+ ou Gram- precisam ser coerentes com a(s) bactéria(s) eventualmente isolada(s) das culturas. O conhecimento prévio da característica tintorial da bactéria permite escolher um antibiótico mais adequado para a terapêutica preliminar da infecção. Após o resultado da cultura e do antibiograma pode-se decidir, conforme a suscetibilidade, continuar ou mudar o antibiótico.
ÍNDICE DE NUGENT
Este índice é destinado a classificar, a partir da pesquisa semi-quantitativa de Lactobacillus spp., Gardnerella spp. e Mobiluncus spp., a possibilidade de vaginose. Primeiro classificam-se cada uma das três bactérias em “cruzes” e atribuem-se “pontos” conforme o seguinte critério:
Depois atribui-se uma “Nota” a cada uma das três bactérias conforme as seguintes tabelas:
Finalmente, somam-se as “Notas” obtidas com cada uma das bactérias e interpreta-se conforme abaixo:
Sitiografia:
E-mail do autor: ciriades@yahoo.com
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