Preparo do Paciente:
Jejum de 4 ou mais horas. Água ad libitum.

Método:
Fluorometria imuno-enzimática (FEIA) automatizada.

Interpretação:
FX5E é um mix dos alérgenos: f1 = clara de ovo f2 = leite de vaca f3 = bacalhau = Gadus morhua f4 = trigo = Triticum sativum f13 = amendoim = Arachis hypogaea f14 = soja = Glycine max
Apenas um resultado acima de 0,35 UI/ml justifica a pesquisa em separado dos 6 componentes deste mix para individualizar o alérgeno responsável.

Alergia a Soja:
A alergia à soja é causada pela proteína P34. Os alérgicos à P34 devem tomar especial cuidado com a composição dos alimentos industrializados: a soja, sendo o aditivo mais barato a acrescentar aos alimentos, seja para fazer volume ou peso, vem muitas vezes disfarçada com a expressão “proteínas vegetais” ou “fibras vegetais” (geralmente farelo de soja que sobra da extração do óleo), como “farinha vegetal” que costuma ser farinha de soja ou como “proteína texturizada de soja” que é feita a partir do farelo de soja que sobra após a extração do óleo, por um processo chamado de extrusão termoplástica. O teor de proteínas presente nos produtos comerciais de proteína texturizada de soja (PTS) é de 50 a 52%.
A terminologia “enriquecido com soja” é altamente discutível. Também componentes descritos apenas como “fosfolípides” ou “lecitina” e “vitamina E” ou “tocoferol” têm grande probabilidade de provirem da soja.
A soja possui enzimas chamadas Lipoxigenases que, em contato com a água fria, reagem produzindo aldeídos, cetonas e álcoois, responsáveis pelo sabor desagradável do grão. Para evitar esse mau gosto é preciso proceder a um choque térmico vertendo os grãos em água fervente e deixando-os cozinhar por cinco minutos para inativar as enzimas. Essa água de cozimento deve ser descartada e, só então, a soja pode ser lavada em água fria para seu preparo posterior.
As Lipoxigenases (LOX) (linoleato: O2 óxido-redutase – EC 1.13.11.12) são enzimas dioxigenases monoméricas com uma massa molecular de ~ 90 kDa
que, em presença do cofator Ferro, catalisam a adição do oxigênio molecular ao sistema cis, cis, 1,4 – pentadieno dos ácidos graxos polinsaturados. As LOX estão presentes nas sementes de soja na forma de pelo menos três isoenzimas LOX1, LOX2 e LOX3 que utilizam o ácido linolênico (C18:3) ou ácido linoléico (C18:2) como substrato e estão associadas a importantes processos fisiológicos, tais como: biossíntese de compostos regulatórios, crescimento e desenvolvimento, senescência, germinação de sementes, resposta a ferimento, proteína de reserva vegetativa e resistência a insetos e patógenos. Os ácidos linoléico e linolênico destacam–se como os mais suscetíveis à degradação oxidativa enzimática e não enzimática. A sua hidroperoxidação pela ação das LOX1 leva à produção dos 9-HPOD (9-hidroperóxidos) e pela ação do LOX2 leva aos 13-HPOD (13-hidroperóxidos) do ácido graxo correspondente. Estes, por reações subsequentes, levam à formação de aldeídos e cetonas de cadeia curta. Produzem, entre outros, o ácido jasmônico e seus metil ésteres, que são mensageiros químicos potenciais e que têm várias funções como assimilação e partição de nitrogênio, regulação da expressão de genes das proteínas de reserva vegetativa, sinal de transdução de estresses, modulação do fotocontrole na biossíntese de antocianina e indução dos genes que expressam inibidores de proteases como o Inibidor de Tripsina de Kunitz (KTI).

Sitiografia:
E-mail do autor: ciriades@yahoo.com
http://www.doaj.org/doaj?func=abstract&id=33163&year=2001&volume=13&issue=3
http://www.sbq.org.br/ranteriores/23/resumos/0226/index.html
http://www.chem.qmul.ac.uk/iubmb/enzyme/EC1/13/11/12.html