Exame de OXALATO em São Paulo

Sinonímia:
Oxalúria. Oxalato de cálcio na urina. Ácido oxálico. Ácido etanodioico.


Fisiologia:
Ácido oxálico:
Fórmula molecular = C2H2O4
Massa molecular = 90,0338 g/mol
Densidade = 1,02 g/cm³ (20ºC)

O oxalato é o produto final do metabolismo da glicina, (40 a 50 % da síntese hepática) e 40 %
resultante do metabolismo do ácido ascórbico.


Material Biológico:
Urina de 24 horas. Soro.


Coleta:
Urina: alíquota de 20 ml da urina de 24 horas. Informar o volume total ao laboratório.
Soro: 1,0 ml


Armazenamento:
Refrigerar entre +2 a +8ºC


Exames Afins:
Uricosúria. Citratúria. Teste de Pak.


Valor Normal:
SORO até 0,6 mg/dl

* Para obter valores em mmol/l, multiplicar os mg/dl por 0,111
**Para obter valores em mmol/24 horas, multiplicar os mg/24 horas por 0,0111

 

Preparo do Paciente:
O exame pode ser feito sob duas condições conforme solicitação do médico.
1 – sem regime: coletar urina de 24 horas de qualquer dia, mantendo a dieta habitual sem fazer qualquer restrição alimentar.
2 – com regime: coletar urina de 24 horas após 7 dias sem ingerir os alimentos ricos em oxalato listados adiante.
Obs.: às vezes é solicitado o exame “sem” e “com” regime; nesse caso sugere-se coletar a amostra “sem” de urina de 24 horas num domingo, iniciar o regime restritivo de 7 dias na 2ª feira e coletar a amostra “com” de urina de 24 horas no domingo seguinte.

Interferentes:
Ácido ascórbico e glicina.
A dosagem diminui com o uso de drogas como nifedipina e piridoxina.
Ausência ou destruição da bactéria anaeróbica intestinal Oxalobacter formigenes por antimicrobianos como claritromicina, doxiciclina e outros aumenta a absorção e a dosagem do oxalato pois esta bactéria o degrada.


Método:
Dosagem de cálcio após precipitação do oxalato com CaCl2.


Interpretação:
AUMENTO: Oxalose, hiperoxalúria primária tipo I e II, calculose renal por oxalato de cálcio, intoxicação por etilenoglicol, deficiência de piridoxina, insuficiência pancreática, espru, S. de má-absorção de gorduras, enterites, diabetes mellitus, cirrose,
D. de Crohn.


ALIMENTOS RICOS EM OXALATO >10mg/100g: Frutas: abricó, ameixa, groselha, amora, laranja, uva passa.
Hortaliças: escarola, alho, cebola, agrião, espinafre, vagem, salsa, beterraba, ruibarbo, cenoura.
Outros: cacau, chocolate, guaraná, café, chá, mate, cola, baunilha, gelatina.
Metilxantinas: aminofilina (teofilina-etilendiamina), cafeína (1,3,7-trimetilxantina), teofilina
(1,3-dimetilxantina), teobromina (3,7-dimetilxantina). Ácido ascórbico (Vitamina C). Glicina (glicocola).

Dietoterapia anti-oxalato:
É recomendada uma dieta ácida, com alto teor protéico e sem os alimentos ricos em oxalato assinalados acima. Recomenda-se também a redução dos carboidratos, principalmente, batatas, qualquer pão diferente do branco e vegetais que contêm celulose digerível a fim de prevenir processos fermentativos no ceco que podem gerar oxalatos. Também devem ser evitados os sucos de frutas, os chás contendo teobromina e as águas minerais alcalinas.
Eventualmente, a ingestão oral de colônias da bactéria Oxalobacter formigenes pode ser útil.
A bactéria anaeróbia intestinal Oxalobacter formigenes metaboliza o oxalato a formiato e CO2 através da enzima Oxalil-CoA Descarboxilase diminuindo a absorção do oxalato no intestino e reduzindo a oxalúria.


Sitiografia:
E-mail do autor: ciriades@yahoo.com
http://aem.asm.org/cgi/content/abstract/68/8/3841

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